Nos últimos anos tenho observado que um grande número de igrejas tem iniciado relativamente muito bem a implementação da Visão da Igreja Multiplicadora e os Pequenos Grupos Multiplicadores. A fase inicial é marcada por muitos desafios, mas quando os relacionamentos discipuladores começam a trazer os primeiros resultados, os PGMs alcançam novas pessoas para Jesus, as multiplicações tornam-se realidades, uma tremenda alegria toma o coração do pastor e de toda a igreja!
Entretanto, conforme nossa observação, muitas igrejas ao chegarem ao número aproximado de 30 (trinta) PGMs começam a “patinar”, multiplicam novos PGMs, mas acabam desativando outros Pequenos Grupos e uma frustração começa a tomar conta do coração dos pastores e dos líderes, e a pergunta que sempre ouço é: o que fizemos de errado? O que deixamos de fazer? Na verdade, eles chegaram no Fator 30!
Quando analisei individualmente cada caso que recebi, percebi um fator característico em todas as igrejas que não estavam rompendo a faixa dos 30 (trinta) PGMs, nenhuma tinha estabelecido uma Supervisão Eficaz, na grande maioria das vezes, era o Pastor da Igreja que realizava, sozinho, todo o processo de supervisão, e quando muito, tinha um auxiliar.
Algo que era bem nítido em cada uma dessas realidades: havia um grande vácuo no cuidado dos líderes dos PGMs. Quando as igrejas iniciaram o processo, havia poucos PGMs, e naquele estágio o Pastor estava bem perto dos seus líderes. O pastoreio, o cuidado, o encorajamento pastoral estava acontecendo naturalmente e regularmente. Entretanto, quando as multiplicações ocorrem, há um aumento considerável de novos líderes e o Pastor, envolvido com as outras demandas normais da igreja, não consegue mais dar a atenção qualificada que cada líder de PGM necessita.
Em uma igreja discipular os Pastores sabem que sozinhos não conseguirão cuidar, pastorear e discipular de forma eficaz todo o seu rebanho; percebem que é essencial delegar o “pastoreio” aos seus Supervisores e Líderes de PGM, assim toda a igreja pode ser edificada em amor: “Do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor”. (Efésio 4.16)
È certo que não podemos lançar uma responsabilidade excessiva sobre os supervisores, mas penso que o supervisor desempenha aquela que talvez seja a tarefa mais importante numa igreja discipular, baseada em pequenos grupos. O Supervisor é aquele que manterá acesa a visão de multiplicação intencional. Seu estilo de vida discipular refletirá no cuidado e “pastoreio” dos seus liderados.
Portanto, apelo aos Pastores que invistam no processo intencional de formação e desenvolvimento de Supervisores que sejam capacitados a cuidar, discipular, encorajar, instruir os líderes de PGMs, para que cada igreja experimente de forma contínua a multiplicação exponencial e assim possam alcançar todo potencial que o Senhor tem dispensado para sua Igreja.
Wiliam Salgado