Vitória sobre a raiva – Pr. Sammy Tippit

angryEstá certo sentirmos raiva ou não? Muito frequentemente, eu descubro que os cristãos estão confusos sobre o assunto da raiva. “A Bíblia fala de ficar com raiva, mas não pecar”, eu geralmente ouço cristãos dizerem em defesa de suas explosões. Contudo, o tipo de raiva em muitas pessoas hoje não é o tipo de raiva que a Bíblia está falando quando ela diz que não devemos deixar o sol se por sobre a nossa raiva.

Então, quando a raiva é boa e quando ela é ruim? Primeiro, devemos entender a raiva de uma perspectiva bíblica. Há três palavras gregas usadas no Novo Testamento que, geralmente, se traduzem no verbo “ter raiva”. 1) A primeira é a palavra “Thumos”, que é um sentimento de agitação que resulta em explosões. 2) A próxima palavra é “parorgismos”, que é mais um sentimento de preocupação ou “indignação justa” – um nojo pela injustiça. 3) A última palavra é “aganaktesis”, que refere-se à dor ou irritação física.

É a primeira palavra, “thumos”, que eu quero usar quando falar da vitória sobre a raiva. É a palavra usada em Gálatas 5:20, quando descrevendo as obras da carne. A versão King James (Bíblia em inglês) a traduz como ódio. Independente da tradução, há uma coisa que não se discute: “thumoi”, em Gálatas 5:20, é uma obra da carne e não agrada a Deus. Devemos vencer esses sentimentos. Não há desculpa para cristãos terem explosões de “thumoi”(raiva). Não podemos embrulhar nossa raiva com uma terminologia espiritual e apresentá-la como algo santo. Ela é um produto de uma vida vivida no poder da carne, e não do Espírito. É abominável a Deus.

Vamos chamar essas explosões de raiva o que elas realmente são: pecado. Um marido gritando com sua esposa no nome de Jesus é pecado. Um marido ou esposa batendo numa criança, num momento de raiva, é pecado. Cristãos tendo explosões de raiva na obra de Deus é indesculpável. Devemos reconhecer as obras da carne e lidar com elas de acordo.

Como, então, vencemos a raiva? Se olharmos para ela bem de perto, a causa de muita de nossa raiva é, normalmente, o resultado de uma ferida profunda. Nós ficamos com raiva porque nos sentimos maltratados ou porque não nos demos bem na vida. Ou, talvez, é porque alguém nos causou dor. Por isso, seguramos sentimentos não-resolvidos de amargura que, eventualmente, chegam às nossas vidas em explosões de raiva. Nós fazemos e dizemos coisas que não estão em sintonia com o que nós, normalmente, responderíamos às pessoas e situações.

Há uma história na Bíblia que tem sido uma tremenda ajuda para eu vencer certos sentimentos que têm surgido em meu coração. José foi tratado injustamente por seus irmãos. Se alguém tinha motivos para ficar com raiva, era José. Porém, quando ele viu seus irmãos, anos depois, ele respondeu a eles dizendo que eles tiveram más intenções, mas as intenções de Deus foram boas. José entendia essa grande verdade. Deus tinha um plano bem específico para sua vida. Mesmo que o que ele havia passado pudesse soar como se ele “não tivesse se dado bem”, ele olhou além das circunstâncias. Ele viu a mão e a provisão de Deus. Consequentemente, ele não se amargurou. Não houve explosões de “thumoi”. Houve um sentimento inacreditável de calma, amor e paz, que encheu seu coração.

José sabia que Deus era soberano. Ele confiava em Seu governo na sua vida. Eu creio que nós podemos vencer as horríveis explosões de raiva que surgem na nossas vidas. Nós, também, devemos confiar em Deus como nosso Senhor soberano. Devemos tirar nosso foco das circunstâncias e colocar em Sua onipotência. Nós devemos ver que Ele está no controle. Isto virá somente quando passarmos tempo com Ele na Sua Palavra e em oração. O auto-controle é o fruto do Espírito. Ao passar tempo na plenitude da Sua presença, eu me sinto em paz. Quando tempestades atingem minha vida, eu nãs tenho que reagir com explosões de raiva. Posso descansar na doce certeza e paz de que Deus está no controle. Isto me dá vitória sobre a raiva.

 

Por Sammy Tippit – Pastor Batista, Escritor e Conferencista Internacional

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