ONDE ESTÃO OS OBREIROS? MARCOS PAULO FERREIRA

pessoascominterrogacaoNão é difícil encontrarmos pessoas dispostas a trabalhar em uma ação pontual de evangelização, um grande evento evangelístico, em um congresso e até em alguns ministérios. Porém, quando falamos na responsabilidade de discipular pessoas, muitos se acham incapazes. Quando falamos, então, na responsabilidade de liderar um Pequeno Grupo Multiplicador, muitos já estão a quilômetros de distância antes mesmo de ouvirem o desafio.

A falta de obreiros qualificados e engajados é evidente. Às vezes, temos pessoas da igreja agindo como líderes em suas empresas e até na comunidade, mas sem estarem dispostas a assumir a responsabilidade de liderança na igreja. Joel Comiskey, comentando a narrativa bíblica onde Jesus mostra os muitos campos prontos para a colheita frente aos poucos trabalhadores (Mateus 9.35-38), afirma que as “igrejas não fazem a colheita pelo fato de terem grupos pequenos. Elas fazem a colheita porque têm trabalhadores para fazer a colheita”.

Ou seja, independentemente do tamanho da igreja em que estejamos ou da quantidade de pessoas que a frequentem, sempre será possível fazer uma grande colheita se existirem pessoas dispostas a isso. Portanto, o grande desafio para os nossos dias está em transformar membros e frequentadores de nossas igrejas em obreiros, em discípulos multiplicadores e, consequentemente, termos um celeiro de líderes multiplicadores com visão discipular.

Para servir no Reino de Deus, não existem pessoas prontas. Nossa tendência é pensar que os membros da igreja que são treinados na vida profissional ou que têm boa formação acadêmica serão ótimos no serviço do Reino. Não são pouco mercado para a membresia de nossa comunidade. Entretanto, não dá para considerar que a experiência e os treinamentos da vida profissional em liderança sejam suficientes. É nesses casos que encontramos líderes frustrados, pois trazem suas expectativas de resultados do mercado de trabalho para a igreja e elas não acontecem. Também encontramos liderados machucados por líderes que possuem a técnica, mas não têm conteúdo e paixão inspiradores para atrair seus liderados àquilo que é a vontade de Deus.

Outra situação que ocorre é a empolgação com os autodidatas que surgem. Eles são carismáticos e assimilam rapidamente os desafios de um ministério e da igreja. Contudo, correm sérios riscos de cair na armadilha do orgulho, não permitindo o erro e achando que todos podem e devem se desenvolver como eles, sozinhos. Embora as ferramentas da vida profissional sejam extremamente úteis, os valores do Reino são outros!

Enfim, todos sabemos da necessidade de membros que assumam seu sacerdócio, que ministrem uns aos outros, que sejam de fato trabalhadores na obra. Por isso, em nossas mensagens e reuniões, sempre desafiamos cada crente a cumprir a Grande Comissão e a colocar em prática suas habilidades e seus dons. Mas estamos oferecendo uma ajuda prática e eficaz? Temos um ambiente propício para o nascimento e a formação desses discípulos multiplicadores? O que pode inspirá-los a servir outras pessoas por meio do discipulado e da liderança? Como eles podem descobrir e desenvolver seus dons? Ocasionalmente, enviamos alguns líderes para escolas de obreiros e congressos esperando que, ao voltarem, estejam prontos para liderar. Mas será que isso é o suficiente?

Por Marcos Paulo Ferreira – Marcos Paulo Ferreira é pastor da área de ensino  e líder de área de PGMs na Igreja Batista do Bacacheri em Curitiba (PR). Ele á o autor do livro ” Escola Bíblica Discipuladora – Formando Líderes Multiplicadores” – Quando pensamos em uma Igreja realmente Multiplicadora, não temos como deixar de imaginar uma Escola Bíblica pulsante, que bombeie para todo o Corpo de Cristo local o oxigênio da visão de multiplicação de discípulos e líderes. Acessando este link http://migre.me/tt30e você pode adquirir este e outros materiais da visão de Igreja Multiplicadora.

 

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