O RELACIONAMENTO DISCIPULADOR NO PGM – MÁRCIO TUNALA

O Relacionamento Discipulador é o relacionamento intencional de um discípulo com uma pessoa visando torná-la outro discípulo. Esse relacionamento possui seis elementos, que formam um acróstico com a palavra RAÍZES, como se pode ver a seguir:

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Elementos do Relacionamento Discipulador

Agora, vamos ver como esses elementos se desenvolvem no ambiente do PGM.

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Uma igreja pequena geralmente consegue proporcionar uma comunhão saudável entre os seus membros. Mas, quando ela cresce, essa comunhão fica cada vez mais difícil de ser preservada, a não ser que os membros se reúnam em grupos menores que promovam relacionamentos também fora das reuniões coletivas. O PGM saudável promove interação entre seus membros, e isso acontece até mesmo fora dos encontros do grupo. O PGM produz discípulos, discipuladores e companheiros de fé. Em nossa caminhada cristã, Deus separa pessoas especiais que nos amparam, exortam e sustentam em oração constantemente. O PGM tem sido o principal lugar para promover esse tipo de comunhão.

Os ministérios também exercem um papel importante de conexão dos relacionamentos em uma igreja. A questão é que eles normalmente estão mais ligados a tarefas e programas do que à qualidade da vida cristã. Um pequeno coro, um grupo de louvor e uma diretoria que se reúne esporadicamente podem gerar intimidade entre seus membros, mas dificilmente proporcionam prestação de contas, discussões bíblicas, intercessão e crescimento espiritual.

O PGM, por sua vez, serve como uma unidade da família de Deus que acolhe, cuide e transforme vidas pelo poder do Espírito Santo. A Bíblia diz: “Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seus corações” (Colossenses 3.16). Viver dessa maneira, como família, é um grande desafio em dias de relacionamentos tão superficiais. No PGM, as pessoas podem encontrar tempo para os relacionamentos discipuladores, desenvolvendo a verdadeira comunhão em grupo. Esse relacionamento é essencial para a transmissão de vida, que se dá através de um bom testemunho cristão que produz imitação (1 Coríntios 11.1, 4.16; Filipenses 3.17).

Hebreus 13.1-3 nos exorta: “O amor fraternal seja contínuo. Não vos esqueçais da hospitalidade, pois, fazendo isso, mesmo sem saber, alguns hospedaram anjos. Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos junto com eles, e dos maltratados, como se vós mesmos também estivésseis sendo maltratados”. O PGM pode ser a expressão exata do amor fraternal, inclusive por meio da hospitalidade, da visitação e do cuidado de vidas. De casa em casa, nós podemos levar o amor de Deus, sofrendo com os que sofrem e nos alegrando com os que se alegram. Os PGMs são a igreja de Cristo atuante e espalhada pelos bairros da cidade.

A – Agregar

O PGM auxilia na aproximação que as pessoas que estão sendo discipuladas devem ter com outros cristãos além de seu discipulador, objetivando a sua conversão, o seu batismo e o desenvolvimento de dons e ministérios para o seu aperfeiçoamento.

A vida cristã pressupõe discípulos gerando discípulos. A Grande Comissão de Jesus é: “ide, fazei discípulos”. Devemos nos esforçar para viver integralmente essa proposta como estilo de vida. Quantos filhos na fé você conquistou ao longo de sua vida cristã? Quanto tempo você gasta da sua semana investindo no crescimento espiritual de alguém? Essas são perguntas incômodas que deveriam nos fazer refletir sobre o quanto levamos a sério aquilo que chamamos de “o nosso chamado primordial”.

Um PGM só cresce se ele consolida seus visitantes, isto é, quando eles são de fato agregados ao grupo de crentes e à igreja como um todo. Isso acontece quando são desenvolvidos relacionamentos discipuladores, que precisam acontecer de forma não apenas cognitiva, mas afetiva. O aspecto cognitivo diz respeito ao processo de conhecer, que está diretamente relacionado à aprendizagem do Evangelho. No aspecto afetivo, o discipulador deve estar próximo do discípulo, como exemplo de vida. Em um PGM, não apenas o discipulador deve servir de exemplo de cristão, mas todos os membros mais experientes do grupo, o que será de muito proveito para a integração do novo discípulo na igreja.

I – Interceder

O PGM é um ambiente propício para multiplicação dos esforços de oração em favor uns dos outros. Os membros do grupo devem prestar o apoio recíproco na oração pelas pessoas que estão sendo evangelizadas para que experimentem uma verdadeira transformação e cresçam no conhecimento de Deus e de Sua vontade. Também, no PGM, os crentes terão a oportunidade de orar uns pelos outros a respeito de suas vitórias e seus desafios, gerando uma atmosfera de comunhão e cuidado.

Z – Zelar pelas pessoas

O PGM existe também para cuidado e pastoreio mútuo. Nas reuniões do PGM, todos compartilham suas experiências, contribuem uns com os outros e cuidam das necessidades uns dos outros. É de extrema importância que o PGM seja um ambiente de transparência e confiança, a ponto de todos compartilharem suas alegrias e dificuldades, transformando-o em um local de cumplicidade e pastoreio mútuo.

O PGM também proporciona o amparo dos membros em suas necessidades. Qual seja a dificuldade, enfermidade ou crise que possamos enfrentar, no PGM podemos ser cuidados e protegidos por pessoas especiais que Deus colocou ao nosso lado.

O zelo pelas pessoas no PGM também pode se manifestar para fora do grupo, pois os membros podem e devem auxiliar outro membro em sua tarefa de desenvolver relacionamentos discipuladores com pessoas que ainda não foram agregadas ao grupo. Nesse aspecto do relacionamento discipulador, o evangelista-discipulador deve buscar exercer compaixão pela pessoa discipulada, zelando por sua saúde espiritual, física, emocional, familiar e até financeira, dentro do possível. Gestos de compaixão por parte do pequeno grupo podem falar mais alto que palavras, produzindo grande impacto para a aceitação do Evangelho. O PGM pode ser muito valioso para auxiliar o discipulador no cumprimento desse elemento do relacionamento discipulador.

E – Ensinar o Evangelho

O PGM não é apenas uma reunião social, um simples encontro de amigos ou mais um compromisso da igreja. O seu propósito é que todos os presentes sejam edificados. Por isso, o ensino do Evangelho e seus desdobramentos para a vida é uma de suas funções principais.

Paulo diz em Colossenses 1.28 e 29 que ele anunciava a Cristo, “admoestando a todo o homem, e ensinando a todo o homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo o homem perfeito em Jesus Cristo”, sabendo que o poder que operava era o do Espírito Santo. O Evangelho jamais fica obsoleto para um cristão. Como pessoas redimidas por Cristo, tudo que fazemos, de uma forma ou de outra, tem a ver com o Evangelho e suas consequências. Em Cristo encontramos “tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude” (2 Pedro 1.3).

Qualquer estratégia que assumimos para o desenvolvimento de uma igreja deve ser focada no conhecimento de Jesus Cristo através da Palavra. Por isso, um PGM só tem razão de ser quando Cristo está no centro.

S – Solicitar Contas

No PGM, as pessoas serão constantemente impulsionadas a avançar em seu relacionamento com Deus e com as pessoas, o que se dará através da solicitação e prestação de contas sobre a vida cristã diária, a vida devocional, a santificação pessoal, o serviço no Corpo de Cristo e as relações interpessoais. Uma boa ferramenta para isso é o Cartão de Solicitação de Contas, mencionado no Capítulo 10 e disponível na Livraria de Missões Nacionais (www.livrariademissoesnacionais.org.br).

Por Márcio Tunala – Este texto faz parte do livro “Pequeno Grupo Multiplicador” do Pastor Márcio Tunala. O autor é pastor de integração e PGMs na Igreja Batista do Bacacheri em Curitiba (PR). Se cada lar cristão se tornar um Pequeno Grupo Multiplicador – PGM, conseguiremos alcançar todo o nosso país com Evangelho ainda nesta geração. Acessando este link http://migre.me/tt2bf você pode adquirir este e outros materiais da visão de Igreja Multiplicadora.