O PGM e a Multiplicação de Discípulos – Márcio Tunala

Small-GroupsEm Atos 2.47, está registrado que a igreja caía na graça do povo e que a cada dia o Senhor acrescentava novas pessoas. O PGM deve caminhar em direção de alcançar e cuidar de vidas. Como somos uma família que cresce através do poder de Deus em meio aos relacionamentos discipuladores, para que outros experimentem salvação em Cristo, utilizamos do nosso próprio testemunho e vida. Cada membro do PGM é um discípulo que gera discípulos.

A igreja precisa sair das quatro paredes e invadir a cidade, entrar nos lares e compartilhar Cristo, tendo como princípio a multiplicação. Um PGM saudável anseia pela multiplicação, pois entende que essa é uma grande prova do amor a Deus aos necessitados de salvação. Não podemos nos acomodar no conforto da nossa comunhão e virar as costas para as pessoas que sofrem sem Cristo. Amor pelos perdidos é uma marca de avivamento da igreja. Portanto, uma das razões de ser mais importantes do PGM é alcançar pessoas através do evangelismo via relacionamentos, ou seja, aproveitando os relacionamentos que os crentes já possuem com não convertidos como providência de Deus para a evangelização.

A Bíblia possui muitos exemplos de pessoas conduzidas a Cristo por intermédio de amigos ou parentes:

  • André levou Pedro a Cristo: “André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram João falar e seguiram Jesus. O primeiro que ele encontrou foi Simão, seu irmão; e disse-lhe: Achamos o Messias (que significa Cristo)” (João 1.40,41).
  • Mateus levou seus companheiros de trabalho e amigos incrédulos a Jesus: “Estando Jesus à mesa na casa de Mateus, chegaram muitos publicanos e pecadores e se sentaram à mesa juntamente com Jesus e seus discípulos” (Mateus 9.10).
  • Cornélio influenciou parentes e soldados amigos a receberem a Cristo: “Então Pedro desceu ao encontro dos homens e disse: Sou eu a quem procurais; por que viestes? Eles responderam: O centurião Cornélio, homem justo e temente a Deus, que tem bom testemunho de toda a nação judaica, foi avisado por um santo anjo para te chamar a sua casa e ouvir as tuas palavras. Pedro, então, convidou-os a entrar e os hospedou. No dia seguinte, Pedro levantou-se e partiu com eles, e alguns dentre os irmãos de Jope o acompanharam. Um dia depois entrou em Cesareia. E Cornélio os esperava, tendo reunido os seus parentes e amigos mais chegados. (…) E conversando com ele, entrou e encontrou muitas pessoas reunidas” (Atos 10.21-24, 27).
  • Lídia levou o Evangelho à sua família: “Uma das mulheres que nos ouviam, chamada Lídia, vendedora de tecidos de púrpura, da cidade de Tiatira, era temente a Deus. O Senhor lhe abriu o coração para acolher as coisas que Paulo dizia. Depois de batizada com as pessoas de sua casa, ela nos suplicou: Se me considerais crente no Senhor, entrai e permanecei em minha casa. E nos compeliu a isso” (Atos 16.14,15).
  • O carcereiro chamou Paulo e Silas até a sua casa: “Então pregaram a palavra de Deus a ele e a todos os que eram de sua casa. E, levando-os consigo, naquela mesma hora da noite, lavou-lhes os ferimentos; e logo foi batizado, ele e todos os seus. Então os fez subir para sua casa, pôs a mesa para eles e alegrou-se muito com toda a sua casa, por haver crido em Deus” (Atos 16.32-34).

Evangelizar é mostrar Cristo, apontar para Ele, falar d’Ele. Isso, na vida de um crente cheio do Espírito Santo, acontece de forma natural, no dia a dia. A formação teológica não é necessária para o evangelismo pessoal. Os cristãos que no seu cotidiano anunciam e mostram Jesus são os evangelistas mais efetivos. Basta amor para levar outros a Cristo. “O que nos motiva é o amor de Cristo” (2 Coríntios 5.14).

Evangelizar é uma questão de sensibilidade para com a condição de uma pessoa sem salvação e de envolvimento pessoal para transmissão de verdade e vida. E o que é interessante sobre o PGM é que todos os crentes, por mais acanhados que sejam, podem facilmente convidar uma pessoa não convertida para as reuniões do grupo a fim de que conheçam o amor de Deus. O fator relacional é muito importante para a evangelização de pessoas resistentes ao Evangelho. O amor sincero pode fazer toda diferença na vida delas. Enquanto demonstramos hospitalidade, podemos desconstruir a aversão das pessoas ao Evangelho.

Nos dias de hoje, as pessoas dificilmente frequentam lugares onde não são valorizadas. No PGM os visitantes são recebidos como dádivas de Deus ao grupo. Um PGM onde podemos conhecer novas pessoas é muito prazeroso. O PGM tem em seus objetivos o evangelismo, razão pela qual é fundamental que os membros tragam visitantes aos encontros. Aproveite os encontros em que não houver visitantes para desafiar os membros a investir em pessoas para a próxima reunião. Todas as vezes que isso acontecer, gaste um tempo de oração com o grupo pedindo a Deus que traga os visitantes.

Não existe colheita sem semeadura. Semear o evangelho é uma nobre tarefa que temos que realizar com obediência e responsabilidade, motivados pelo amor a Deus e ao próximo. Para isso, Deus pode instituir PGMs com públicos-alvo específicos: mulheres, adolescentes, juniores, jovens solteiros e casados, idosos, profissionais, mães com bebês e outros. Pode ser que Deus tenha uma vocação especifica para seu PGM. Não existe regra para abençoar a cidade através de PGMs.

Quem seu grupo foi chamado para alcançar? Quantas pessoas e em quanto tempo? Quais estratégias serão estabelecidas? Defina alvos simples para a multiplicação: Quando o seu grupo pretende multiplicar? Qual é a data proposta? Das estratégias estabelecidas, quais já foram realizadas?

Aliados ao PGM, eventos de colheita podem surtir grande efeito para a transformação de vidas. Páscoa, Natal, aniversário da igreja, musicais, teatros e todos os cultos dominicais expõem a Palavra e desafiam os presentes à tomada de decisões, lembrando, porém, que é na caminhada discipular que de fato alguém se torna um cristão autêntico.

Desenvolva um calendário anual. É importante que o PGM esteja atento ao calendário da igreja, aos direcionamentos da liderança do ministério e que desenvolva um calendário interligado ao de toda a igreja com compromissos exclusivos que promovam o reino de Deus. Os PGMs não devem planejar eventos que coincidam com o horário dos cultos dominicais ou eventos na sede da igreja.

Por Márcio Tunala – Este texto faz parte do livro “Pequeno Grupo Multiplicador” do Pastor Márcio Tunala. O autor é pastor de integração e PGMs na Igreja Batista do Bacacheri em Curitiba (PR). Se cada lar cristão se tornar um Pequeno Grupo Multiplicador – PGM, conseguiremos alcançar todo o nosso país com Evangelho ainda nesta geração. Acessando este link http://migre.me/tt2bf você pode adquirir este e outros materiais da visão de Igreja Multiplicadora.