FAZEMOS DISCÍPULOS COM INTENÇÃO DE QUE FAÇAM DISCÍPULOS – WALMIR ANDRADE

relacionamentoNada me dá mais orgulho do que ver os meus discípulos assumirem o púlpito, e quando eu os ouço ministrar a Palavra. Os vejo como verdadeiros profetas sempre fazendo menção de frases e vocábulos pertinentes à minha fala como seu mentor e discipulador. Entendo que quando isso acontece é porque eu consegui impactar uma vida e essa vida agora impacta outras vidas, e assim será consequentemente.

No processo do discipulado relacional tem que haver a intencionalidade de transformação de vida, mudança de caráter, mas principalmente a injeção da missão em multiplicar outros discípulos de Jesus. É isso que nos ensinam os Evangelhos, quando nos apresentam o “fazei discípulos” como uma estratégia criada por Jesus para alcançar o mundo.

Agora imagina a alegria de Jesus Cristo em saber que a sua obra teve continuidade, a igreja teve as suas colunas fundadas e as suas palavras foram propagadas mundo a fora, porque ele investiu no discipulado, principalmente de Pedro e Tiago. Apesar de ter tido doze discípulos, foram nessas duas vidas o seu maior investimento.

O crescimento do discípulo é para o discipulador uma alegria indescritível, porque ali está todo o resultado do investimento que lhe foi depositado durante uma caminhada lado a lado. O coração do “mestre-discipulador” é invadido pelo sentimento de dever cumprido, de orgulho, de expectativas em relação ao futuro do discípulo e também há a tranquilidade em saber que tudo o que foi ensinado será transmitido a outros discípulos.

Meu conceito como discipulador é:  Estou aqui para dar o que tenho e não somente para sugar de outras pessoas. O que eu quero é ter o privilégio em poder dar algo ao qual os meus discípulos possam desfrutar, esquecendo a visão de hierarquia, de que um é maior do que o outro, e se houver competição que seja a de melhor servo.

Nossa realidade hoje como igreja foge de estruturas com títulos, pois todo o nosso investimento está em fazer discípulos. Não nos interessa títulos porque isso não nos rende vidas e não me adiantaria ter título de pastor, por exemplo, se eu não cuidasse de ovelhas, de pessoas, de discípulos.

Fazer discípulos é a nossa missão e com isso, temos o reconhecimento e não somente o respeito humano, o que para mim é mais importante. Deixo claro de que respeito posições e títulos, sejam eles políticos ou de qualquer outro âmbito, mas o reconhecimento é superior, pois o respeito é compulsório, mas o reconhecimento vem do coração.

O bom discípulo reconhece que o seu discipulador é instrumento de multiplicação, conforme nos diz o próprio apóstolo Paulo:

 “Agora, vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam? e que os tenhais com amor em máxima consideração, por causa do trabalho que realizam. Vivei em paz uns com os outros”. (I Tessalonicenses 5.12,13).

Eu sempre afirmo que como homens de Deus reconhecemos em temor e tremor a unção da ação do Senhor na vida do homem. É possível respeitar alguém e não reconhecer unção alguma sobre ele. Nesse sentido é importante que o discípulo reconheça o seu discipulador como um dos meios de Deus para ensinar com a sua própria vida. Se isso acontecer, o discipulado foi consolidado, pois o discipulador conseguiu transferir a verdade na própria convivência. Sendo assim, o discípulo conseguiu então, enxergar a graça de Deus na vida do seu discipulador e como consequência, e porque isso foi percebido de coração, então será muito mais fácil para o discípulo compartilhar de tudo o que ele próprio vivenciou e a mensagem será propagada.

Porque afinal, o nosso discipulado deve ser “vida na vida”, transmitindo a verdade e isso se torna muito mais simples quando “caímos na graça do povo” e entendemos que o relacionamento intencional é tudo na comunicação do evangelho e na intencionalidade de gerar discípulos que geram discípulos.

Por Walmir Andrade – o Autor é pastor da Sibapa – Segunda Igreja Batista de Palmas (TO), autor do livro Igreja Relacional um caminho saudável para multiplicação de discípulos. Artigo com base no tópico: III – O líder de PG e a visão do relacionamento discipulador, p. 71. Livro disponível no site:  www.sibapa.com

 

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