A igreja pode investir no discipulado de crianças por meio da vivência relacionamento). A comunidade cristã local, como um todo, estará discipulando pela forma como é enquanto igreja. Algumas questões podem nos ajudar a decidir como devemos agir. Primeiro, precisamos ver as crianças como uma riqueza e uma herança, pessoas totais com características e necessidades específicas a quem devemos proteger e que merecem o nosso cuidado especial. Segundo, considerarmos serem elas a liderança da igreja de amanhã e parte integrante da igreja de hoje. Terceiro, atentarmos melhor sobre o que e como falamos acerca das crianças e com as crianças com quem convivemos. Quarto, nossa atitude é muitas vezes mais determinante do que o que dizemos, por isso precisamos estar mais atentos aos nossos atos. Quinto, avaliarmos seriamente como as crianças são recebidas na nossa comunidade. Precisamos perguntar a nós mesmos: fazemos com que se sintam aceitas como parte da família que somos? Em sexto lugar, precisamos estar em alerta sobre o que fazemos em termos de treinamento e acompanhamento para os pais.
A igreja pode ajudar muito, trazendo de volta ao púlpito este assunto tão importante, que é a responsabilidade espiritual dos pais pelos filhos. Se há um mandamento bíblico sobre a importância de formar a criança como um discípulo de Jesus, por que tanto silêncio nos púlpitos da igreja? A partir da abordagem clara sobre esse tema tão relevante para os pais e, por consequência, para a vida e crescimento da igreja, será possível ministrar individualmente na vida dos pais e motivá-los a desenvolver seus RDs com os filhos.
O encorajamento para os pais discipularem os filhos pode acontecer nos pequenos grupos da igreja, que podem acompanhar seus membros que prestam contas uns aos outros com a finalidade do crescimento mútuo, ou mesmo numa Escola de Pais, um encontro destinado a ajudar os pais a encararem seus dilemas com os filhos e a motivá-los a investir espiritualmente na vida deles. Diferentes assuntos que permeiam o universo dos pais podem ser incluídos se o objetivo final for ajudar o desenvolvimento integral das crianças. A Palavra de Deus, pelo poder do Espírito Santo, tem condições de convencer e produzir mudanças no coração desta geração de pais.
Precisamos trazer os pais de volta à sua responsabilidade espiritual. Penso que igrejas com uma visão séria e correta do discipulado e que desenvolvem a capacitação de adultos, deveriam motivar os pais a iniciarem o discipulado com seus filhos e acompanhá-los nesta tarefa. Insisto que uma escola de pais proporcionará ajuda e encorajamento recíproco entre os pais, pois cada pai e cada mãe tem algo a oferecer uns aos outros.
A igreja precisa estar atenta quando os pais das crianças ainda não são convertidos porque serão necessários pais e mães espirituais. Pessoas que, com amor, dedicação, seriedade e compromisso, ajudarão as crianças a caminhar com Jesus enquanto crescerem. Esses líderes terão a responsabilidade de se tornarem discipuladores, verdadeiros pais na fé dessas crianças. Muito se espera dos pais discipuladores, especialmente no que se refere à postura e à conduta diante delas. Sejam esses pais naturais ou na fé, precisarão ter características bastante peculiares como discipuladores.
Por Jaqueline Santos – Missionária dos batistas brasileiros e líder de todo o movimento de evangelização da nova geração na Junta de Missões Nacionais. Este texto é parte de um dos seus livros: “Evangelização Discipuladora de Crianças – Formando uma Nova Geração de Discípulos” Clique em http://migre.me/twcWp conheça o livro e tenha informações.
