AS ETAPAS DE UM PGM – Márcio Tunala

Etapas

Todo PGM, quando saudável, nasce, cresce e se multiplica. Quando isso acontece, dois PGMs são formados e um novo ciclo é estabelecido para ambos. Vamos usar a figura do líder para facilitar o entendimento. Um líder inicia seu ciclo e leva um PGM à multiplicação. Quando ele atinge esse alvo, um novo ciclo se inicia. Todo PGM tem um tempo de implantação, ou seja, nascimento. Segue-se a fase de crescimento, em que novas pessoas e famílias chegam ao grupo. Depois disso, ocorre a maturação, quando os relacionamentos discipuladores estabelecidos se desenvolvem com maior intensidade. Por fim, ocorre a multiplicação, com o nascimento de um novo PGM. Vejamos as peculiaridades de cada uma das etapas do ciclo de vida de um PGM:

1.1 – Nascimento

Um PGM pode nascer como resultado de um relacionamento discipulador. Isso se dá  quando a pessoa discipulada se dispõe a receber encontros em sua casa para estudos bíblicos e comunhão, agregando seus conhecidos, colegas de trabalho, familiares e outras pessoas que possa convidar. É necessário que o líder deste grupo tenha tido vivência em um PGM e esteja capacitado e aprovado para liderar um. Outra forma de nascimento de um PGM acontece por meio da multiplicação. Todo PGM saudável naturalmente se multiplica. Essa operação é necessária para que continue recebendo mais pessoas e para que o encontro proporcione maior intimidade e participação de todos.

Cada membro da igreja é um potencial catalizador de vidas. Todas as famílias devem ser levadas em consideração quando o alvo são lares abertos para acolher pessoas e levá-las a Jesus. Gosto de afirmar que minha sala, meu sofá e minha varanda pertencem a Cristo e servem para que vidas sejam discipuladas. Minha casa é palco de encontros de PGMs para a glória de Deus. O PGM nasce quando uma nova família abre sua casa para receber vizinhos, amigos e parentes ou quando é fruto da multiplicação de outro PGM. É importante que o novo líder assuma como prioridade a escolha de um líder em treinamento e, ao mesmo tempo, motive o grupo a trazer os novos discípulos. Essa fase é muito importante. Um tempo razoável para essa etapa é de quatro meses.

1.2 – Crescimento

PGM saudável é aquele que cresce. Esse crescimento deve se dar principalmente pela chegada de novas pessoas não crentes. O ensino do Evangelho e o convívio proporcionados pelo PGM facilitarão o surgimento e a afirmação de novos líderes multiplicadores.

Em sua caminhada, o PGM saudável vai alcançando, amando e cuidando de pessoas a cada encontro. Visitantes são trazidos e começam a participar do grupo. Cada vez mais pessoas vão se envolvendo nas atividades do grupo, promovendo uma comunhão madura e sólida, produzindo o verdadeiro discipulado. É exatamente por isso que todo grupo deve estar desenvolvendo um ou dois líderes em treinamento. Se isto for levado a sério, já nos primeiros encontros do PGM o crescimento vai ser natural. Segundo Joel Comiskey:

 “As igrejas em pequenos grupos ao redor do mundo sabem que o sucesso a longo prazo depende delas viverem o futuro. Elas sabem que os líderes do amanhã são as crianças, adolescentes e jovens de hoje. Essas igrejas investem muito em treinamento de uma nova liderança”

Com os líderes em treinamento definidos, fica então estabelecida a etapa do crescimento. Nesta etapa, novos discípulos chegaram ao PGM e estão sendo cuidados através de relacionamentos discipuladores. A maioria dos membros do PGM já está envolvida ministrando aos demais e, ao mesmo tempo, sendo ministrada. O líder deve garantir que todos sejam desafiados a crescer; que haja ingresso de novos membros ao grupo e, também, que haja participação dos membros do PGM nos cultos públicos da igreja, bem como nos cursos da EBD. O líder também deve trabalhar para que todos os membros se envolvam em ministérios específicos da igreja. O PGM deve contribuir para o crescimento integral de todos os discípulos.

Dessa forma, as igrejas eram firmadas na fé, e a cada dia cresciam em número”. (Atos 16.5). Cada PGM deve ser uma porção do amor de Deus espalhado pela cidade promovendo o Reino de Deus e produzindo milagres na vida de muitos sob o agir do Espírito Santo. Com o crescimento, o grupo alcança seus limites que estão relacionados à capacidade física dos lares onde acontecem os encontros. Esta etapa deve durar entre quatro e cinco meses.

1.3 – Maturidade

Esta etapa é aquela em que o grupo já experimentou algum crescimento numérico. O líder e seu líder em treinamento estão trabalhando juntos e promovendo qualidade na vida de todos os discípulos. O conceito de multiplicação está sendo apresentado a todos e uma data para ocorrer a multiplicação já está sendo definida. As dinâmicas de multiplicação são aplicadas e batismos estão sendo marcados como consequência dos relacionamentos discipuladores desenvolvidos no PGM. Para um PGM se considerar maduro, é necessário que o líder em treinamento esteja apto para assumir a liderança de parte dos membros desse PGM, podendo nascer, assim, mais um grupo abençoador na cidade.

Em um PGM maduro, tudo deve ser multiplicado: o amor, a amizade, o cuidado, os encontros, os batismos. A soma de tudo isso é o que compreendemos como potencialização dos relacionamentos discipuladores por meio do PGM. A igreja tem como base o frutificar seguindo as recomendações do Mestre.

1.4 Multiplicação

Um tópico importante em matéria de PGM é que os grupos sejam configurados desde o início para a multiplicação. A multiplicação é o resultado direto do crescimento numérico e da maturidade do PGM.  A multiplicação é o maior desafio de um PGM, embora seja a consequência natural de um grupo que tem como objetivo compartilhar o amor de Deus ao próximo. Mesmo assim, normalmente se levanta uma resistência nem sempre consciente quanto à multiplicação.

A multiplicação deve ser vista como um momento de celebração, uma vitória conquistada, pois com a multiplicação aumenta-se a possibilidade de levar mais pessoas à salvação em Cristo; mais uma casa estará aberta promovendo a pregação do Evangelho na cidade.

Quando não acontece a multiplicação, existe uma grande possibilidade de o PGM adoecer, ou seja, transformar-se em um simples encontro de amigos, um encontro religioso onde não há novos discípulos, onde não existem alvos concretos. Esse encontro vai ficando desinteressante e, ao invés de crescer, diminui, podendo até chegar a morrer. Vamos tratar pormenorizadamente a multiplicação em um próximo artigo e verificar os elementos envolvidos nessa importante etapa de um PGM. 

Por Márcio Tunala – Este texto faz parte do livro “Pequeno Grupo Multiplicador” do Pastor Márcio Tunala. O autor é pastor de integração e PGMs na Igreja Batista do Bacacheri em Curitiba (PR). Se cada lar cristão se tornar um Pequeno Grupo Multiplicador – PGM, conseguiremos alcançar todo o nosso país com Evangelho ainda nesta geração. Acessando este link http://migre.me/tt2bf você pode adquirir este e outros materiais da visão de Igreja Multiplicadora.