7 PRINCÍPIOS ESSENCIAIS NA SOLICITAÇÃO DE CONTAS – ROOSEVELT ARANTES

Pretação de contasMuitas pessoas ficam em dúvida sobre que assuntos devem tratar e que perguntas devem fazer nos encontros com os discípulos. Pensando nisso, queremos compartilhar com você através deste artigo sete princípios para orientar o desenvolvimento de um dos elementos do Relacionamento Discipulador: a Solicitação de Contas. Como bem observa o Pr. Roosevelt Arantes, quando falamos em Solicitação de Contas não estamos mencionando algo novo entre nós:

Pode parecer estranho para alguns falarmos da necessidade de termos um discipulador que solicite contas de nossa vida, mas, se relembrarmos nossa história, perceberemos que esse princípio sempre esteve presente. Quem foi aluno da Escola Bíblica Dominical desde criança deve lembrar que os professores perguntavam para cada aluno se tinha lido a Bíblia durante a semana, se tinha ofertado, se tinha estudado a lição e se tinha trazido visitantes. Esse tipo de solicitação de contas servia para o professor acompanhar o desenvolvimento cristão de seus alunos. Com o tempo, o princípio foi perdido e o que permaneceu foram apenas os números. Posteriormente, os números foram considerados irrelevantes e deixaram de ser contabilizados.

Nosso desejo é resgatar este bom princípio de cuidado. A Solicitação de Contas tem por objetivo de levar o discípulo a uma reflexão sobre algumas áreas de sua vida e prática cristã. Através de perguntas, o discípulo será motivado a avaliar como está a sua caminhada à luz dos valores do reino de Deus. A Bíblia sempre deve ser a base de toda esta jornada de crescimento.

1º – Fundamental – Pelo fato de descobrirmos diversas áreas para serem ajustadas na vida do discípulo, podemos cair no erro de ficarmos tentando resolver todos os seus problemas. Mas é fundamental compreendermos que o primeiro aspecto da vida do discípulo que precisa ser corrigido é a relação dele com Deus. À medida que o discípulo ajusta sua vida com Deus, todas as outras áreas de sua vida estarão propensas a serem ajustadas. Tentar reparar outras áreas antes da relação do discípulo com Deus é arriscar-se a fracassar em seu RD.

2º – Princípio da Intimidade – Em se tratando de um momento tão delicado como esse em que o discípulo abre o coração, é preciso entender que o nível de abertura do discípulo é aprofundado à medida que o RD vai se desenvolvendo. Não podemos esperar que todos os discípulos se desguarneçam com facilidade. Por isso, o discipulador precisa investir nos encontros um a um para desenvolver uma intimidade que possibilite a solicitação de contas.

3º – Princípio da Discrição – O discipulador precisa ser o mais discreto possível. Tudo o que é compartilhado pelo discípulo precisa ser guardado pelo discipulador. Esse elemento do RD pode parecer um ambiente propício para a exposição da pessoa, mas numa igreja saudável esse risco é diminuído, pois todos estão sendo tratados.

4º Princípio da Honestidade – O discípulo precisa ser honesto com o seu discipulador. Um RD que é desenvolvido sem transparência não produz o efeito biblicamente esperado: a maturidade.

5º – Princípio da Cura – A Bíblia nos ensina um princípio singular da mutualidade: “Portanto, confessai vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros para serdes curados. A súplica de um justo é muito eficaz” (Tg 5.16). O que Tiago está ensinando não é que seja preciso confessar os pecados para alguém para se obter o perdão. Não! Quem perdoa pecados é Jesus Cristo (1Jo 1.9). O que Tiago está ensinando é que há pecados que precisamos da ajuda de alguém para vencê-los, ou seja, para sermos curados. Esses pecados precisam ser confessados para que a cura aconteça. Essa confissão precisa ser específica e sincera, pois a confissão genérica e superficial impede que haja em nós a culpa necessária para o arrependimento. Richard Foster, em seu livro Celebração da disciplina afirma que “uma confissão ‘por atacado’, pode poupar-nos da humilhação e da vergonha, não inflamará a cura interna”.31 Para ele, a confissão é uma disciplina que precisa ser exercitada nos dias de hoje. Esse tipo de ajuda pode ser desenvolvido por meio do RD.

6º – Princípio da Objetividade – O objetivo da solicitação de contas é identificar as áreas que precisam ser tratadas na vida do discípulo. À medida que as perguntas são feitas, o discipulador vai identificando quais são essas áreas. O discipulador pode perguntar ao discípulo acerca da sua vida familiar (para os casais, como está o casamento, criação de filhos; para os solteiros, se está honrando seus pais), de sua mordomia (não só quanto à contribuição na igreja, como também sobre a administração financeira familiar – não é preciso saber quanto o discípulo ganha, mas sim se tem administrado à luz da Palavra de Deus); de seu testemunho cristão (se tem compartilhado de Jesus para alguém, se tem feito RDs); da sua conduta cristã (se tem sido honesto, se tem mágoa de alguém, se tem perdoado, se tem falado mal de alguém, se tem sido verdadeiro em suas palavras, se tem sido vencido pelo pecado).

7º – Princípio da Prevenção – A solicitação de contas favorece a prevenção contra o erro, uma vez que o discípulo pode compartilhar com antecedência as áreas de sua vida em que tem enfrentado dificuldade. Kenny Luck, citando Stu Weber, diz que: O golpe da prestação de contas não tem o objetivo de ser punitivo, mas preventivo. Não serve para gritar com seu irmão enquanto ele pula no abismo e dizer “Viu só o que você fez, seu idiota?”, É falar “Estou comprometido com seu bem-estar. Quando você precisar de mim, agirei como uma defesa humana para você. Não sou feito de aço, mas não o posso ver caindo num abismo sem adverti-lo. E quero adverti-lo enquanto você está à beira da estrada, onde ainda tem oportunidade de recuperar o controle.”

Se você deseja obter o nosso guia como sugestão para estes encontros, acesso o Espaço do Líder no Portal Multiplique – http://igrejamultiplicadora.org.br/espacodolider/ – Na pasta 004 – Fichas e Materiais de Apoio.

Por Roosevelt Arantes – Missionário dos Batista Brasileiros na Cidade de Resende (RJ) afrente da Igreja Batista Aliança, projeto de revitalização dentro da visão de Igreja Multiplicadora. Casado com Mylaine e pai de Alice. Pr. Roosevelt é autor do livro “Aprofundando Raízes: Dinâmicas e elementos do Relacionamento Discipulador” – O livro apresenta de maneira detalhada os elementos do Relacionamento Discipulador, o acrostico RAÍZES (Relacionar, Acolher, Interceder, Zelar, Ensinar o Evangelho e a Prestação de Contas). Acessando este linkhttp://migre.me/tx6Qp você pode conhecer mais cobre este precioso lançamento. É um livro indispensável para quem sabe que uma alma vale mais que o mundo inteiro.