Cada vez mais tornam-se evidentes os desafios que enfrentamos em nossas igrejas locais na busca pelo cumprimento de nossa missão como discípulos de Jesus e como igreja. Desde já, é importante afirmar que não há nada de errado em fazer parte de uma igreja pequena. Na verdade, o Reino de Deus tem sido estabelecido em diversos lugares através de igrejas cuja membresia é reduzida.
Uma igreja de menor tamanho oferece um ambiente acolhedor, onde cada membro pode facilmente conhecer todos os outros membros da comunidade. Isso cria um senso de pertencimento extraordinário. Outra verdade importante é que o tamanho reduzido de uma igreja não diminui o impacto que ela pode ter na vida daqueles dentro de sua esfera de influência.
Entretanto, quais são as características das igrejas menores que podem se tornar obstáculos para seu progresso e desenvolvimento? Quais são os desafios que uma igreja pequena precisa superar para alcançar um número maior de pessoas e se engajar em um processo contínuo de revitalização? Quais são essas características? Vamos abordar três constatações que se tornam barreiras para o crescimento:
– Muitos participam da decisão, mas poucos realmente se comprometem com sua execução | Um dos fatos que podemos observar é que muitas pessoas participam das decisões, mas poucas realmente se comprometem com sua execução. Essa é uma característica comum em igrejas menores. Embora as decisões sejam tomadas em grupo, muitas vezes aqueles que lutam para que suas opiniões sejam consideradas, não estão dispostos a agir para concretizá-las. Há frequentemente uma disputa apenas para validar opiniões pessoais, com pouco comprometimento em transformá-las em ações efetivas. Às vezes, a expectativa é de que o pastor ou um pequeno grupo de líderes implementem essas “boas ideias”, afinal, são eles os “pagos” para isso. Isso representa um desafio significativo.
– A sobrecarga do pastor e de sua família devido ao excesso de atividades. Frequentemente, o pastor local assume a maioria das responsabilidades relacionadas ao cuidado congregacional, desde visitas hospitalares até sessões de aconselhamento, o que limita sua capacidade de liderança estratégica. Muitas vezes, esse líder está tão sobrecarregado e cansado que seu potencial estratégico é comprometido. Essa é uma das mudanças mais desafiadoras, pois, como obreiros, fomos preparados para fazer, mas nem sempre fomos preparados para capacitar outros. Essa realidade se torna um dos maiores desafios para o avanço dessa comunidade. Um único líder enfrenta uma carga de trabalho significativa, tornando a semeadura e a colheita uma tarefa quase inimaginável.
– O foco direcionado em manter a sua forma de ser como Igreja (programas) representa um grande desafio para a missão. Muitas vezes, a ideia de implementar mudanças significativas voltadas para a missão é difícil de ser aceita. Igrejas menores enfrentam dificuldades em efetuar mudanças significativas para cumprir a Grande Comissão, frequentemente fracassando em alcançar novas pessoas com o evangelho. O evangelismo não recebe uma prioridade clara e, ao invés de priorizarem a formação de discípulos e o crescimento espiritual, igrejas menores se concentram na manutenção de programas, mesmo que estes não sejam eficazes para alcançar os objetivos pretendidos.
Poderíamos, certamente, enumerar outras características que representam desafios significativos para o crescimento das igrejas, no entanto, as três mencionadas anteriormente captam nossa atenção de forma especial: participação sem comprometimento na execução das decisões; sobrecarga pastoral devido ao excesso de atividades e foco em manter programas existentes em vez de priorizar a missão. Ao enfrentarmos esses desafios de frente, estaremos dando passos importantes em direção ao crescimento saudável e sustentável de nossas comunidades de fé. Que possamos, com sabedoria e determinação, superar essas barreiras e avançar no cumprimento da nossa missão de amor, serviço e transformação.
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Deus abençoe sua vida.
Em Cristo, esperança nossa!
Fabrício Freitas, pr
Gerente de Evangelismo em Missões Nacionais.